Fratura de Rádio: Entenda a Condição e o Papel da Fisioterapia no Tratamento

Fratura de Rádio: Entenda a Condição e o Papel da Fisioterapia no Tratamento




A fratura de rádio é uma das lesões mais comuns em traumas ortopédicos, especialmente em quedas com apoio nas mãos. Essa condição, que afeta o osso do antebraço mais próximo ao polegar, pode comprometer a mobilidade e a funcionalidade do membro superior. Neste artigo, vamos entender o conceito da fratura de rádio e explorar como a fisioterapia atua de maneira eficaz na reabilitação, com um protocolo detalhado de tratamento.


O que é uma Fratura de Rádio?

A fratura de rádio ocorre quando o osso do rádio sofre ruptura parcial ou total, geralmente devido a traumas diretos ou quedas com o braço estendido. As fraturas podem variar em tipos e gravidade, sendo as mais comuns:

  • Fratura de Colles: Ocorre perto do punho, com deslocamento posterior do fragmento ósseo.
  • Fratura de Smith: Semelhante à de Colles, mas com deslocamento anterior.
  • Fratura Intra-Articular: Envolve a articulação do punho, exigindo maior cuidado.

Sintomas Comuns:

  • Dor intensa na região do antebraço ou punho.
  • Inchaço e hematomas locais.
  • Dificuldade em movimentar o punho e a mão.
  • Deformidade visível, dependendo da gravidade.

O diagnóstico é confirmado por exames clínicos e radiológicos, e o tratamento inicial pode incluir imobilização com gesso ou, em casos mais graves, intervenção cirúrgica.


O Papel da Fisioterapia na Recuperação da Fratura de Rádio

Após a fase de imobilização ou cirurgia, a fisioterapia é essencial para restaurar a força, a mobilidade e a funcionalidade do membro. O tratamento é dividido em fases progressivas, respeitando os tempos de consolidação óssea e as limitações do paciente.


Protocolo Detalhado de Fisioterapia para Fratura de Rádio

  1. Fase Inicial – Pós-Imobilização (Semanas 0 a 2):

    • Objetivo: Reduzir dor e edema, prevenir rigidez articular.
    • Técnicas:
      • Mobilizações passivas suaves no punho, cotovelo e ombro.
      • Drenagem linfática manual para controle do edema.
      • Aplicação de recursos terapêuticos como ultrassom e TENS para analgesia.
    • Exercícios:
      • Movimentos ativos assistidos nos dedos e no ombro para evitar rigidez.
  2. Fase Intermediária – Recuperação da Mobilidade (Semanas 3 a 6):

    • Objetivo: Melhorar a amplitude de movimento (ADM) do punho e fortalecer a musculatura do antebraço.
    • Técnicas:
      • Mobilizações articulares graduais no punho.
      • Alongamentos do antebraço e punho para ganho de flexibilidade.
    • Exercícios:
      • Ativos livres para flexão, extensão, pronação e supinação.
      • Uso de bolas terapêuticas para fortalecimento inicial dos músculos flexores e extensores.
    • Recursos complementares:
      • Bandagens funcionais para suporte e estímulo proprioceptivo.
  3. Fase Avançada – Recuperação Funcional (Semanas 7 a 12):

    • Objetivo: Restabelecer força e funcionalidade para atividades da vida diária.
    • Técnicas:
      • Carga progressiva com exercícios resistidos, como uso de elásticos e halteres leves.
      • Treino funcional, simulando atividades específicas do cotidiano.
    • Exercícios:
      • Fortalecimento com foco em exercícios excêntricos e concêntricos.
      • Prática de atividades de preensão e pinça para recuperar a destreza manual.
  4. Fase Final – Retorno às Atividades (Semanas 12+):

    • Objetivo: Reintegração total do membro às atividades esportivas ou profissionais.
    • Exercícios:
      • Treinos específicos, como arremesso de bola ou movimentos repetitivos do trabalho.
      • Aumento progressivo da carga e resistência nos exercícios.

Cuidados Importantes Durante o Tratamento

  • O fisioterapeuta deve monitorar sinais de dor intensa ou inflamação, ajustando o protocolo conforme necessário.
  • Respeitar os limites do paciente é fundamental para evitar complicações, como a síndrome de dor regional complexa.
  • A adesão do paciente ao tratamento é essencial para o sucesso da recuperação.

Conclusão

A fisioterapia desempenha um papel indispensável na reabilitação de pacientes com fratura de rádio. Um protocolo bem-estruturado, aliado ao acompanhamento de um profissional qualificado, garante o retorno seguro às atividades funcionais, devolvendo qualidade de vida ao paciente.

Se você, ou alguém que você conhece, está enfrentando essa condição, não hesite em procurar ajuda especializada. A recuperação é possível, e a fisioterapia será sua maior aliada nesse processo.


Prof. Vitor Peixoto

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