Fratura de Escafóide: O Papel da Fisioterapia na Recuperação Completa
Fratura de Escafóide: O Papel da Fisioterapia na Recuperação Completa
A fratura de escafóide é uma das mais comuns entre os ossos do punho, mas muitas vezes subdiagnosticada devido à sua apresentação clínica sutil. Para profissionais e estudantes da área da saúde, entender o diagnóstico, tratamento e a importância da fisioterapia no processo de recuperação é essencial.
O que é a Fratura de Escafóide?
O escafóide é um dos pequenos ossos que compõem o punho, localizado na base do polegar. Sua posição estratégica o torna suscetível a fraturas, especialmente em quedas onde a mão é usada para amortecer o impacto.
A fratura de escafóide frequentemente causa dor no lado radial do punho (próximo ao polegar) e pode levar à limitação funcional significativa. No entanto, em muitos casos, o diagnóstico é tardio, pois os sintomas iniciais podem ser leves e confundidos com uma simples entorse.
Por que a Fratura de Escafóide é Desafiadora?
- Vascularização limitada: A circulação sanguínea do escafóide é precária, o que aumenta o risco de complicações, como a não união (pseudoartrose) e a necrose avascular.
- Diagnóstico difícil: Nem sempre a fratura é visível em radiografias iniciais, exigindo exames mais específicos como tomografia ou ressonância magnética.
Esses fatores reforçam a importância de um tratamento bem conduzido para garantir uma recuperação completa.
O Papel da Fisioterapia no Tratamento da Fratura de Escafóide
Após a imobilização (com gesso ou órtese) ou intervenção cirúrgica, a fisioterapia é fundamental para restaurar a funcionalidade do punho, promover o fortalecimento muscular e prevenir complicações.
Protocolo Fisioterapêutico Detalhado
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Fase Inicial: Pós-imobilização (0 a 2 semanas após a retirada do gesso)
- Objetivo: Reduzir dor, edema e rigidez.
- Intervenções:
- Mobilização passiva e ativa-assistida para o punho e dedos.
- Aplicação de crioterapia (gelo) para controle da dor.
- Estimulação elétrica funcional (EENM) para evitar atrofia muscular.
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Fase Intermediária: Reeducação do Movimento (2 a 6 semanas)
- Objetivo: Restaurar amplitude de movimento e força muscular.
- Intervenções:
- Exercícios ativos de flexão, extensão, desvio radial e ulnar.
- Fortalecimento progressivo do antebraço e musculatura intrínseca da mão.
- Mobilização articular para melhorar o alinhamento funcional do punho.
- Terapia com bola de stress ou putty (massinhas de resistência) para fortalecimento.
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Fase Avançada: Reintegração Funcional (6 a 12 semanas)
- Objetivo: Recuperar funcionalidade total para atividades da vida diária e esportes.
- Intervenções:
- Exercícios resistidos com elásticos ou pesos leves.
- Treino de propriocepção e coordenação com ferramentas como pranchas instáveis.
- Simulação de atividades específicas (esporte ou trabalho) para readaptação funcional.
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Fase de Manutenção e Prevenção
- Após a alta, orientações para manter o fortalecimento e prevenir recidivas são indispensáveis. Incentivar atividades como pilates ou treino funcional ajuda a garantir o sucesso a longo prazo.
Importância do Diagnóstico Precoce e Adesão ao Tratamento
É fundamental que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível para evitar complicações. Além disso, a adesão ao protocolo fisioterapêutico pelo paciente garante melhores resultados funcionais e reduz o risco de sequelas, como limitação de movimentos ou dor crônica.
Conclusão
A fratura de escafóide, apesar de comum, apresenta desafios específicos que exigem uma abordagem integrada. A fisioterapia tem um papel indispensável na reabilitação, garantindo não apenas a recuperação da mobilidade, mas também a restauração da força e funcionalidade do punho.
Se você é fisioterapeuta ou estudante, não subestime o impacto que um bom protocolo pode ter na qualidade de vida dos seus pacientes. O escafóide, apesar de pequeno, pode ser a chave para grandes resultados.
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