Eletroterapia na Fisioterapia: Para que Serve e Quando Utilizar?

 



Eletroterapia na Fisioterapia: Para que Serve e Quando Utilizar?

A eletroterapia é um recurso amplamente utilizado na fisioterapia para promover alívio da dor, reabilitação muscular, redução de edemas e aceleração de processos cicatriciais. Com o avanço da tecnologia, os aparelhos tornaram-se mais seguros e eficazes, oferecendo uma ampla gama de aplicações clínicas.

Neste artigo, vamos explorar o que é a eletroterapia, seus principais tipos, indicações e cuidados, além de desmistificar algumas dúvidas comuns tanto de estudantes quanto de pacientes.

O que é Eletroterapia?

A eletroterapia consiste na aplicação de correntes elétricas de baixa intensidade no corpo humano com objetivos terapêuticos. Os diferentes tipos de corrente são selecionados conforme o objetivo do tratamento, que pode incluir analgesia, fortalecimento muscular, controle da inflamação, entre outros.

Ela é uma ferramenta complementar à abordagem fisioterapêutica, nunca substituindo os exercícios ativos e o trabalho funcional. Porém, quando bem indicada, pode acelerar a resposta do corpo ao tratamento.

Principais Tipos de Correntes Utilizadas

  1. Corrente TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea)
    Utilizada principalmente para o alívio da dor aguda ou crônica, atua inibindo a transmissão da dor a nível medular (teoria do portão).

  2. Corrente FES (Estimulação Elétrica Funcional)
    Usada para ativar músculos paralisados ou enfraquecidos, principalmente em casos de lesões neurológicas como AVC, paralisia cerebral ou lesões medulares.

  3. Corrente Russa
    Indicada para fortalecimento muscular, principalmente em reabilitação pós-cirúrgica ou em pacientes com atrofia por desuso.

  4. Corrente Interferencial
    Atua em tecidos mais profundos e tem efeito analgésico e anti-inflamatório, sendo útil em casos como lombalgias e artroses.

  5. Microcorrentes
    Auxiliam na regeneração tecidual e cicatrização, sendo comuns em tratamentos de lesões agudas, pós-operatórios e estética.

  6. Corrente Galvânica
    Indicada para iontoforese (introdução de fármacos pela pele) e também em algumas condições inflamatórias localizadas.

Indicações Comuns da Eletroterapia

  • Dores musculares e articulares

  • Lombalgias, cervicalgias e outras disfunções da coluna

  • Paralisia facial

  • Atrofia muscular

  • Edemas e processos inflamatórios

  • Reabilitação pós-AVC

  • Síndromes dolorosas crônicas, como fibromialgia

  • Reeducação muscular após imobilizações

Contraindicações e Cuidados

Apesar de ser uma técnica segura, existem contraindicações importantes:

  • Uso em regiões com marca-passo ou dispositivos eletrônicos implantados

  • Gestantes (principalmente no abdome ou lombar)

  • Epilepsia não controlada

  • Áreas com feridas abertas (dependendo do tipo de corrente)

  • Trombose venosa profunda

  • Infecções ativas

Além disso, o posicionamento correto dos eletrodos e a dosagem adequada da corrente são fundamentais para a eficácia e segurança do tratamento.

Eletroterapia é Dolorosa?

Essa é uma dúvida comum. Em geral, a aplicação é indolor ou levemente desconfortável, dependendo do tipo de corrente e da sensibilidade do paciente. Durante o uso, é comum sentir uma leve vibração ou formigamento na área tratada.

Fisioterapeutas sempre regulam os parâmetros de forma individualizada, garantindo conforto e eficácia.

Eletroterapia Funciona Mesmo?

Sim. Diversos estudos científicos demonstram a eficácia da eletroterapia em diferentes contextos clínicos. Porém, seus resultados são melhores quando associados a outras abordagens, como cinesioterapia, terapia manual e educação do paciente.

Ela atua como um "atalho" que prepara o corpo para responder melhor aos estímulos ativos, como exercícios e mobilizações.


Recomendações para Estudantes e Profissionais

Para quem está cursando fisioterapia ou começando na profissão, vale a pena:

  • Estudar os parâmetros ideais de cada tipo de corrente

  • Aprender a posicionar corretamente os eletrodos

  • Entender as contraindicações e precauções

  • Acompanhar artigos e protocolos atualizados sobre eletroterapia

O domínio dessa ferramenta amplia a atuação do fisioterapeuta e melhora os resultados clínicos.


Curiosidades

  • A eletroterapia é utilizada desde o Egito Antigo, quando peixes elétricos eram usados para aliviar dores.

  • Existem aparelhos portáteis de TENS para uso domiciliar, que devem sempre ser prescritos por fisioterapeutas.

  • Algumas correntes têm aplicação na estética, como no combate à celulite e flacidez muscular.


Conclusão

A eletroterapia é um recurso versátil e eficaz dentro da fisioterapia moderna. Sua aplicação adequada, combinada com outros métodos terapêuticos, pode acelerar significativamente a recuperação do paciente e melhorar sua qualidade de vida. Seja no consultório ou no ambiente hospitalar, conhecer bem as indicações e limites dessa técnica faz toda a diferença no sucesso do tratamento.



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